Sport Blog - Fórmula GT

Provavelmente o melhor site desportivo do Planeta! Aqui o desporto é Rei!


1ªPágina  Andebol  Atletismo  Atletismo Adaptado   Badminton  Basquetebol  Canoagem  Ciclismo  Corrida de Camiões  Desporto Geral
Desporto Geral Adaptado  Duatlo  Fórmula 1  Fórmula GT  Fórmula Renault  Futebol  Futebol Adaptado  Futebol de Praia  Futebol de 7  Futsal
Golfe  Hóquei em Campo  Hóquei em Patins  Judo  Kickboxing  Natação  Parkour  Pesca Desportiva  Powerboat  Ralis  Surf  Ténis
Ténis de Mesa  Voleibol

sexta-feira, 21 de março de 2008

Greco Competições participa com 2 carros no Brasil GT3 Championship 2008

A lista de participantes do Brasil GT3 Championship 2008 tem um nome que chama a atenção a todos os brasileiros, Greco Competições.

Esta equipa nasceu em 1959 e ajudou a escrever a história do automobilismo do Brasil, especialmente a página sobre a Fórmula GT.

O fundador da equipa foi Luiz António Greco, mais conhecido como "Trovão" por ter uma voz potente e grossa e estar sempre a gritar com todos no meio das boxes.

A Greco Competições foi a primeira equipa a ter trabalhadores brasileiros, porque até aí só norte-americanos ou europeus é que laboravam no arranjo e melhoria dos carros. A "fornada" de pilotos também saiu dos "tabuleiros" do Brasil.

Na altura havia um poster enorme que fazia as delícias de todos os amantes do automobilismo brasileiro. Nessa grande imagem, intitulada "Pilotos maravilhosos com as suas máquinas voadoras", estavam Luiz Pereira Bueno, Wilsinho Fittipaldi, José Carlos Pace, Brid Clemente, Chiquinho Lameirão e Carol Figueiredo. Todos estes nomes chegaram à Fórmula 1 e são considerados por todos como os grandes pilotos brasileiros de sempre. Ficam a faltar nesta lista apenas Ayrton Senna, Nelson Piquet e Emerson Fittipaldi, que curiosamente também pertencia à Greco, apesar de ainda ser uma criança.

Em 1960 a "turma" brasileira participa na sua primeira prova, e foi aí que começou a história do automobilismo de competição do Brasil.

Se a equipa fundada por "Trovão" escreveu a primeira página do desporto motorizado de competição, foi ela também que escreveu as páginas seguintes. A Greco ia ganhando provas atrás de provas e passava a ser conhercida em todo o Mundo.

Em 1969 a equipa brasileira funda a maior escola de pilotos feita até hoje e estreia nas competições o Ford GT40, um carro que serviu de inspiração para fazer os GTs actuais. Nos anos seguintes a Greco coleccionava títulos (de marcas e pilotos) e chega até a bater um record ao vencer as divisões 1, 2 e 3 em 3 anos consecutivos.


A Greco Competições tem hoje 49 anos e é a equipa brasileira mais antiga. Se nos primeiros anos ter um carro já era bom, actualmente 105 automóveis não chegam para entrar em todas as competições que a equipa gostaria de participar.

Quim cuida agora de todos estes carros é Fabinho Greco, de 44 anos, filho do famoso "Trovão", que neste momento já nada pode fazer, pois faleceu em 1992, com apenas 57 anos de idade. Nessa altura ele e o filho estavam "no começo da implantação da Fórmula Fiat, uma categoria monomarca que iniciou no Brasil este tipo de conceito", lembra Fabinho.

O dono da Greco acrescenta ainda que na altura não sabia como gerir muitos carros que estavam parados à porta de um grande barracão, perto do circuito de Interlagos. Fabinho conta também que os seus 105 carros foram "os primeiros a usar injecção eletrónica no país".

Quando o "Trovão" deixou a herança ao seu filho, vivia-se uma época de transição no automobilismo brasileiro. Começaram a aparecer novos nomes como Ingo Hoffmann, Chico Serra, Paulão Gomes, Adalberto Jardim e Xandy Negrão (todos eles campeões na Fórmula Ford) e os veteranos Toninho da Matta (pai do ex-piloto de Formula 1 e Indy, Cristiano da Matta), Carol Figueiredo e Wilsinho Fittipaldi caíram no esquecimento.

Nos anos seguintes voltaram a surgir novos campeões como Cáca Bueno, António Jorge Neto e Nonô Figueiredo que foram fazer parte da Greco Conmpetições apesar de terem pouca ecoperiência na Fórmula GT, pois "Netinho [António Neto] era campeão de motos, Cacá era iniciante nos automóveis e Nôno veio da Fórmula Ford. Mas todos aprenderam rapidamente os segredos dos GTs e conseguiram lutar de igual para igual com Ingo Hoffman e companhia", conta orgulhoso Fabinho.


Embalada por esta euforia a Greco Competições inscreveu para o Campeonato Brasileiro de GT3 deste ano dois Ferrari F430. Um deles será pilotado por António Jorge Neto e Sérgio Laganá, enquanto o outro será por Renato Cattalini (revelação 2007 da Maserati Cup e campeão pela Greco) e um piloto ainda por escolher.

Ao ser-lhe perguntado como acha que vai ser esta época, Fabinho Greco respondeu que "a tecnologia da GT3 atrai-nos muito e acho que a nossa passagem pela Maserati, em 2007, nos deu uma boa bagagem pois há muita coisa em comum entre os Maserati Coupè e os Ferrari F430. Somos uma equipa antiga, mas que gosta de novidades e de aprender. Vai ser essencialmente uma época de aprandizagem".

O futuro da equipa Greco não preocupa Fabinho, pois outro Fábio, o seu filho, já está a trabalhar na equipa, sendo neste momento, o responsável pela área de aquisição de dados da equipa. Fábio tem 21 anos e está a tirar o curso de Engenharia na FEI.


Além de ter ganho a Mesarati Coupé o ano passado, a Greco Competições entre 2002 e 2006 (com um Mitsubishi L200) conseguiu vencer por 5 vezes a categoria de Produção do sempre exigente Rally Internacional dos Sertões.

Em 2002 com os pilotos René Mello e Marcos Mello, em 2004 e 2005 com Riamburgo Ximenez e Flávio França e em 2006 com João Franciosi e Rafael Capuani, a Greco festejou a conquista da difícil prova.


Por João Miguel Pereira, jornalista "Sport Blog"